Vocês sabiam que a França é um dos maiores produtores de caviar do mundo? Venha ler tudo sobre o caviar francês!
Com as festas chegando, um dos maiores assuntos na boca do povo é o cardápio das reuniões entre família e amigos. É claro que cada país e região tem os seus costumes e especialidades, mas algumas iguarias costumam fazer aparição aqui e ali, não importa onde no mundo. Uma dessas é o caviar! Mas como ele não é nenhum panetone, que tem preço acessível ou pode ser encontrado com facilidade nos mercados, não é tanta gente que sabe muito sobre ele. Como já diria nosso querido Zeca Pagodinho, “nunca vi, nem comi. Só ouço falar”.
Então, aproveitando o fim de ano, vim aqui desmistificar esse alimento – que inclusive é super popular aqui na França!
O que é o caviar
Acho que todo mundo sabe que caviar são ovas de peixe, mas é um pouco mais do que isso. São ovas de peixe que vêm de um peixe específico: o esturjão. São também ovas não fertilizadas, sem qualquer tipo de aditivo, corante ou preservante. O esturjão, no caso, é o segundo maior peixe de água salgada do mundo, vindo atrás apenas do tubarão-baleia. O Mar Cáspio (que na verdade é uma bacia) é onde vivem mais esturjões na natureza, e como ele é cercado pela Rússia, Irã, Cazaquistão e outros países, já dá pra ter uma ideia do por quê da gente fazer uma associação automática do caviar com a Rússia. As ovas podem ser frescas ou pasteurizadas, e é claro que as frescas têm um valor mais alto de mercado.
Até a dissolução da União Soviética, eles eram os maiores produtores (e um dos maiores consumidores) do mundo. O mesmo vale para o Irã. Inclusive, o produto iraniano é conhecido o melhor do mundo porque até poucos anos atrás eles podiam colher o caviar dos esturjões selvagens – que tem mais valor do que o de cativeiro. Mas com a sobrepesca, contrabando e poluição, a espécie foi ficando ameaçada. Então, desde 2008, ele não pode mais ser exportado.
Até a Primeira Guerra Mundial, o caviar tinha o preço parecido com o do pão. Foi justamente na França que ele se tornou um artigo de luxo. Durante os Années Folles (ou “anos loucos”, entre 1918 e 1929, logo após a revolução Bolchevique) os aristocratas russos exilados na França (mais precisamente em Paris) fizeram com que a procura do produto não suprisse a demanda e… voi-lá! Se tornou o que hoje é conhecido como o ouro negro, ou pérolas negras.
Onde o caviar é popular

Na França! E em vários outros lugares, é claro. Mas a França é um dos maiores produtores de caviar do mundo atualmente, ficando atrás apenas da China e da Itália. Esses países descobriram que a melhor solução para suprir a demanda local e não prejudicar o meio ambiente era criar os peixes localmente. Na França, a produção se concentra no sudoeste do país. A associação d’Aquitaine protege os produtores locais, que mantêm um controle rígido de qualidade.
O caviar também é muito popular em outros países da Europa e nos Estados Unidos. Todos os países estão produzindo localmente, mas o caviar francês continua levando vantagem.
Por que o caviar francês é tão bom
Reza a lenda que uma princesa Russa que passava pela região do Gironde ficou horrorizada ao ver que pescadores locais pescavam esturjão e só mantinham a carne do peixe. Ela explicou o valor das ovas e, a partir de 1920, na margem direita do Gironde, começou uma grande produção de caviar. Foi assim que os franceses levaram uma vantagem de várias décadas comparado a outros países.
Sendo pioneira na criação de esturjões, a França se estabeleceu como um participante de peso no mercado mundial. Hoje ela produz 25 toneladas por ano. O caviar francês está presente nas maiores mesas do mundo. A Aquitânia fornece 24 dessas 25 toneladas. Dois oito produtores franceses, seis estão lá, inclusive a Sturia.
Como comer caviar

Tem algumas formas, mas há algumas regrinhas a serem seguidas.
Em primeiro lugar, não use colheres ou pratos de metal – o ideal é usar uma colherzinha madrepérola, osso ou madeira para manusear o caviar. Também é importante mantê-lo resfriado enquanto fora da geladeira. Coloque o recipiente em cima do gelo. Aproveite para fazer uma apresentação bonita!
Você pode comer uma pequena colherada como degustação enquanto bebe champagne (ou vodka, como os russos), ou uma bebida de sua escolha – para limpar o paladar.
Ele também cai muito bem com blinis, que são pequenas panquecas russas. Você pode servir com um pouco de creme azedo e cebolinha.
Comer caviar com ovos e pão preto é muito comum no norte da Europa, principalmente para o café da manhã. Podre de chique, né? Na Noruega e na Suécia eles até têm versões mais baratinhas para isso.
(Aliás, não se esqueçam de me marcar nas fotos de vocês comendo cavier, eu adoro quando seguem as minhas dicas! O Insta é @parisabor!)
Onde comprar caviar francês (e de outros países) em Paris
Boutique Petrossian
106 Boulevard de Courcelles, 75017 Paris, França
Caviar Kaspia
17 Place de la Madeleine, 75008 Paris, França
Comtesse du Barry
93 Rue Saint-Antoine, 75004 Paris, France




Janaina de Macedo, uma personalidade franco-brasileira apaixonada por gastronomia, é uma figura proeminente em Paris há mais de duas décadas. Sua jornada começou há 23 anos, quando decidiu mudar-se para a Cidade Luz. Com uma formação em Gastronomia pelo CAP en Cuisine, Janaina também se especializou no Savoir-Vivre à la Française, o conhecimento refinado dos hábitos e etiquetas francesas.
A trajetória de Janaina é marcada por sua devoção à culinária francesa e à promoção da fusão entre culturas através da comida. Seu trabalho é evidenciado principalmente através de sua presença digital, especialmente em sua conta no Instagram, @parisabor, onde compartilha sua paixão pela gastronomia francesa. Sua abordagem única e autêntica cativa seguidores ao redor do mundo, proporcionando uma visão genuína da rica cultura gastronômica parisiense.
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Seja através de suas experiências presenciais, seu cativante perfil no Instagram ou sua revista, Janaina de Macedo continua a ser uma fonte de inspiração para os amantes da gastronomia, conectando pessoas através da riqueza cultural que a comida pode oferecer. Sua contribuição para a cena gastronômica parisiense é um testemunho vivo da beleza da diversidade e da paixão pela culinária que transcende fronteiras.
Janaina de Macedo
